terça-feira, 21 de agosto de 2007

História dos Aflitos

Histórico do Quartel do Comando Geral da PMBA

O Quartel dos Aflitos foi construido em 1639 pelo 16º Governador da Bahia, D. Fernando de Mascarenhas, Conde da Torre. Inicialmente chamado de Casa do Trem, funcionou como base do sistema defensivo da cidade, fornecendo armas e munições para as demais fortalezas.
Na época, o trem saía do quartel carregado de pólvora e era levado para municiar os fortes da cidade.
Desde a sua fundação, o quartel participa da história da Bahia. Em 1837, durante o Movimento da Sabinada, o prédio foi ocupado por revolucionários que se apoderaram das armas e instalaram uma fabrica de cartuchos. Posteriormente, na fase de reação das Forças Legais que debelaram o movimento, o quartel foi retomado pela Brigada Pernambucana, unidade integrada pelo Exército Restaurador, comandada pelo Tenente-coronel Alexandre Gomes de Argolo Ferrão.
Quase 20 anos depois da Sabinada, o prédio tornou-se hospital militar. Já no final do séc. XIX, o presidente da província, João Capistrano Bandeira de Mello, solicitou ao ministro da guerra autorização para mandar demolir o Quartel declarando que o mesmo estava em ruínas e que tencionava ampliar o Passeio Público. Obtida a permissão, Capistrano desistiu da demolição e reconstruiu o Quartel dos Aflitos, que ganhou mais dois Corpos do Regimento Policial.
Mais uma vez, em 1920, o Quartel estava em ruínas. Com isso, a administração decidiu transferir a corporação para os Barris, instalando-se no Quartel da Cavalaria. O Governador Juracy Montenegro Magalhães inicia a restauração do prédio, reformando a estrutura arquitetônica, construindo no pavimento superior as alas laterais e a parte do fundo. Em 1938, o comando retorna ao Quartel. Uma outra reforma ocorreu em 1989 durante o governo de Nilo Coelho.
Hoje, o Quartel dos Aflitos abriga, além do Comando Geral, o Subcomando, o Departamento de Comunicação Social, o Departamento de Planejamento, o Serviço de Inteligência, a Coordenação de Policiamento e o Comando de Policiamento da Capital.
Curiosidades.
* As palmeiras que ornam o Largo dos Aflitos, em frente ao Quartel, foram plantadas em 1860, por determinação do presidente da Provincia, João Capistrano Bandeira de Mello, que também mandou fazer o nivelamento da Praça Mirante dos Aflitos, trabalhando nesse serviço africanos livres.
* O Chafaris da Cabocla, que também fica em frente ao Quartel também é todo feito em mámore carrara. É uma reprodução da escultura em bronze que fica no Campo Grande em homenagem ao dois de Julho, e foi um presente da Companhia do Queimado, em comemoração pelo Centenário da Independência da Bahia.
História do Largo dos Aflitos.
O nome Largo dos Aflitos origina-se da presença da Capela do Senhor dos Aflitos, que ainda hoje pode ser encontrada no local, já transformada em igreja. A construção do templo data de 1748, somando assim 258 anos de existência. A igreja bissecular teve a sua construção concluída em 1824.
A igreja foi ocupada pelas tropas lusas durante a Guera de Independência da Bahia, sendo transformada em depósito de víveres e de material bélico da Força de Madeira de Mello. Sabe-se que ao seu lado foram instaladas trincheiras e baterias, comandadas pelo Capitão Veloso. Em 2000, a Praça Mirante dos Aflitos foi reurbanizada pela prefeitura municipal de Salvador.
Fonte: Notícias sobre a Polícia Militar da Bahia do século XIX - Maj PM Oseas Moreira de Araújo.

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